Família Cuidadora: Como lidar com o desgaste emocional?
Cuidar é um ato de amor. Cuidar de quem está vulnerável, para além de um ato de amor, é também um ato de respeito e de dedicação.
Ser cuidador informal pode ser uma experiência gratificante, mas também desafiante — e é essencial falar sobre isso.
O papel dos cuidadores informais e a sua importância no quotidiano
São várias as famílias em que pelo menos um dos seus membros assume o papel de cuidador. Muitas vezes são os filhos, os netos ou os cônjuges que reorganizam as suas vidas para cuidar do seu idoso.
Apesar de poder parecer uma continuidade das rotinas familiares (com alguns ajustes, é certo), trata-se de um trabalho que tende a ser muito desgastante a nível físico e emocional. Para além das habituais tarefas domésticas e familiares, acrescem ainda outras tarefas desenvolvidas pelos cuidadores informais:
– Ajudar na higiene pessoal;
– Preparar refeições adaptadas;
– Administrar a medicação;
– Acompanhar dia e noite o idoso (muitas vezes com noites mal dormidas);
– Acompanhar a consultas;
– Estar alerta e disponível para qualquer ocorrência que surja.
Quem cuida é muitas vezes secundarizado na relação cuidador/idoso. As suas necessidades e o seu bem-estar não são encarados como uma prioridade, porque as atenções recaem sobre quem necessita do apoio. Mas quem cuida também necessita de cuidado.
Os sinais de desgaste emocional
A repetição da prestação de cuidados, dia após dia, acarreta um desgaste emocional ao qual é preciso estar atento, de forma a evitar que o papel que desempenha com total dedicação, respeito e amor, se transforme em sofrimento.
Alguns dos sinais de desgaste emocional são:
– Sensação de fadiga constante;
– Irritabilidade ou impaciência;
– Ansiedade e dificuldades em dormir;
– Sentimentos de culpa (“não faço o suficiente”);
– Perda de interesse em atividades pessoais;
– Isolamento social.
Este estado de exaustão emocional e física carece de especial atenção.
Estratégias para lidar com o desgaste emocional:
Felizmente existem algumas estratégias para prevenir e atenuar este desgaste:
1. Ninguém é o Super-Homem ou a Super-Mulher:
Acreditar que consegue dar conta do recado sozinho(a) e que com o tempo acaba por se acostumar à situação, é meio caminho andado para iniciar o processo de desgaste e de deterioração da saúde. Reconhecer os próprios limites é um ato de responsabilidade. Pedir apoio é um ato de coragem.
2. Partilhar responsabilidades:
Sempre que possível tente partilhar algumas tarefas com outros familiares, ou até mesmo com vizinhos e amigos de confiança. Muitas vezes, temos recursos humanos valiosos perto de nós, e por receio de pedir ajuda aos outros acabamos sobrecarregados.
3. Reservar tempo para si:
Ser cuidador informal acaba por ser um trabalho a tempo inteiro. Mas fazer pequenas pausas para cuidar de si é fundamental para o seu equilíbrio mental e para conseguir dar continuidade ao apoio que presta ao seu familiar.
Faça caminhadas, tenha momentos de lazer, faça o que lhe dá prazer. Lembre-se que um cuidador saudável consegue cuidar melhor.
4. Relacione-se com outras pessoas:
Conversar com outras pessoas e partilhar a sua vivência, pode ajudar a encontrar algum conforto e novas estratégias.
5. Procurar ajuda profissional:
Poderá recorrer a Serviços de Apoio Domiciliário de forma a garantir que o idoso recebe cuidados adequados, e permitindo-se algum descanso.
Cuidar bem de si para cuidar melhor do outro
Cuidar de um idoso é um ato de amor que merece ser valorizado. Mas é importante lembrar: ninguém cuida bem se não cuidar de si primeiro. Reconhecer as próprias necessidades, pedir apoio e procurar soluções é essencial para manter o equilíbrio emocional.
Precisa de apoio?
Na Cuida & Apoia sabemos o quão desafiante pode ser o papel do cuidador familiar. Por isso, oferecemos serviços de apoio domiciliário que complementam o cuidado da família e garantem conforto, dignidade e segurança ao idoso.
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