A ideia de que, num determinado momento, os filhos viram os pais dos seus pais não é apenas um clichê. Com a longevidade, é essencial que filhos e netos (ou quem for responsável) tenham um olhar mais atento aos idosos da família. E com isso surge a questão: até quando eles devem viver sozinho? Não existe uma resposta exata a essa pergunta, afinal depende muito do estado em que cada idoso se encontra. Normalmente o idoso precisa de supervisão quando está com problemas na sua locomoção ou cognição e, sobretudo quando isso o coloca em risco. Por exemplo, ele pode estar bem para tomar banho sozinho ou para se vestir, mas já se esqueceu da panela ao lume três vezes, o que coloca sua integridade física em risco.
Na prática, ter a ideia de que está tudo certo porque o idoso está lúcido, vai ao médico periodicamente e toma os medicamentos sem reclamar não é indicativo de que a família não deva investigar e se certificar de que tudo caminha realmente bem.
Existem alguns sinais indicativos de que tudo pode não estar realmente bem:
- Acidentes recentes ou quase-acidentes: com o envelhecimento aumentam as probabilidades de quedas, e é fundamental dar atenção a isso mesmo que o idoso diga que "não foi nada".
- Recuperação lenta: mesmo em doenças corriqueiras, como uma gripe, é importante procurar ajuda e tratamento. Muitas vezes, o idoso precisa de companhia para manter sua rotina de cuidados de saúde e de alimentação, por exemplo
- Dificuldade em gerir as atividades quotidianas: observar as habilidades necessárias para viver de maneira independente, como vestir-se, fazer compras, cozinhar, cuidar das medicações. Dificuldade no autocuidado (higiene precária), alimentação inadequada (insuficiente ou exagerada), comportamento desajustado (isolamento, apatia, extroversão demasiada), dificuldade com as finanças, descontrole no acompanhamento da sua saúde são sinais que podem apontar algum problema.
- Perda ou ganho de peso visível: Uma pessoa que passa a ter dificuldades de locomoção para sair e fazer compras ou preparar a sua alimentação irá enfrentar mudanças na rotina alimentar. Isso vai afetar o peso que pode diminuir ou até aumentar, porque a pessoa passa a trocar uma refeição saudável por lanches e preparações mais fáceis e rápidos.
- Coisas partidas e queimadas: É importante observar se os bicos do fogão estão escuros ou se os fundos das panelas estão queimados. Também é importante conferir se há indícios de desleixo na manutenção da casa, como lâmpadas queimadas há muito tempo ou coisas partidas. Tais sinais podem indicar esquecimento e falta de atenção, por isso devem ser verificados.
- Descontrole financeiro: contas vencidas, saldos devedores no banco, pedido de empréstimo consignado sem necessidade são situações que podem dar indícios de alguma confusão mental. Há casos em que o idoso também pode estar passando por necessidade e, por vergonha, não avisa a família.
O Serviço de Apoio Domiciliário é uma ajuda fulcral para as famílias se sentirem tranquilas e seguras, no que respeita ao bem-estar e acompanhamento dos seus familiares idosos.
Adaptado de: https://www.uol.com.br/vivabem/noticias/redacao/2019/04/04/em-que-momento-o-idoso-nao-deve-mais-viver-sozinho.htm