Em 6 de setembro de 2019, a Lei nº100/2019 aprova o Estatuto de Cuidador Informal: https://dre.pt/application/conteudo/124500714
Consulte aqui o resumo das Medidas do Cuidador Informal aprovadas pelo Governo Português.
Cuidar de um ente querido é um desafio que todos os dias, centenas de milhares de famílias, em todos os países, enfrentam.
Cuidar é um fenómeno bastante complexo. Frequentemente, numa primeira instância, os cuidadores não se identificam como prestadores de cuidados, uma vez que identificam o seu papel como uma extensão de ser mulher, marido, filho, filha etc.
Cuidar de um idoso requer uma assistência bastante diferenciada, se compararmos, por exemplo, com as responsabilidades inerentes ao cuidar de uma criança.
A ideia de que, num determinado momento, os filhos viram os pais dos seus pais não é apenas um clichê. Com a longevidade, é essencial que filhos e netos (ou quem for responsável) tenham um olhar mais atento aos idosos da família. E com isso surge a questão: até quando eles devem viver sozinho? Não existe uma resposta exata a essa pergunta, afinal depende muito do estado em que cada idoso se encontra. Normalmente o idoso precisa de supervisão quando está com problemas na sua locomoção ou cognição e, sobretudo quando isso o coloca em risco. Por exemplo, ele pode estar bem para tomar banho sozinho ou para se vestir, mas já se esqueceu da panela ao lume três vezes, o que coloca sua integridade física em risco.
A viuvez é um acontecimento que facilmente se associa à terceira idade.
Para além de toda a carga negativa associada à perda do cônjuge, a viuvez assume um outro aspeto: o confronto com a morte e com a finitude do ser humano.
Quanto mais longo tiver sido o casamento, maior será o sentimento de vazio, associado à perda de um(a) companheiro(a), de uma longa amizade, de um amor. A saudade da presença será uma constante.
Indissociável à perda do cônjuge está o luto, que consiste numa reação emocional composta (geralmente) por cinco fases: negação da perda, choque pela perda, tristeza profunda, e por fim a aceitação da perda. No luto observa-se uma desorganização emocional, e no idoso podem ocorrer distúrbios da alimentação, do sono, manifestações somáticas, sintomas depressivos e de ansiedade.
Envelhecer é um processo no qual costumam existir momentos emocionalmente complicados. Ganhamos muito quando descobrimos que apoiar aqueles que são mais vulneráveis também é uma forma de fazermos um bem a nós mesmos, de encher a nossa vida de significado e de dar mais sentido ao que somos.
O que podemos fazer para ajudar uma pessoa idosa que não se sente bem emocionalmente?
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